Desoneração da folha não alavancou produção da indústria
A desoneração da folha de pagamento, que vigora desde 2011 e, atualmente, beneficia 40 setores industriais e econômicos, ainda não foi suficiente para alavancar a produção, o faturamento e o nível de emprego de maneira consistente
Segundo os empresários, a medida é positiva e evitou perdas maiores, mas os resultados, pelo menos por enquanto, são modestos. “O setor continua perdendo mercado para os importados. É urgente um regime diferenciado para a indústria da confecção”, afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Aguinaldo Diniz (foto).
Recuo
Segundo ele, desde que foram retirados tributos e encargos incidentes sobre salários, a produção de artigos têxteis recuou 4,5%, enquanto no setor de confecções despencou 10,3%. Os dados das vendas no varejo, entretanto, registraram um crescimento de 4% para o vestuário, sugerindo que o aumento do mercado foi totalmente absorvido por importações.
“Foi a primeira sinalização no sentido de uma redução inteligente (de impostos). Mas o que o governo fez foi trocar um imposto por outro. Tirou os 20% sobre a folha, mas passou a cobrar 1% sobre o faturamento”, diz o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas de Minas Gerais (Sindimalhas), Flávio Roscoe.
Custos
Segundo ele, a carga tributária e a energia elétrica, que para o setor custam mais que a mão de obra, também precisam de refresco. Na indústria de couro e calçados, o reflexo da desoneração foi ainda mais tímido. No ano passado, o setor acumulou quedas no faturamento e no emprego, de 2,5% e 3,6%, respectivamente, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Quase 90% das empresas do setor já estão no Regime Simples e, portanto, não aproveitaram a desoneração. Para nós, 2012 foi um ano de estagnação”, lamenta o vice-presidente do Sindicato das Indústrias Calçadistas de Minas Gerais (Sindicalçados-MG), Gilson Oliveira, proprietário da Oto Calçados/Spatifilus.
Fonte: Hoje em Dia
Via:www.ibpt.com.br/noticia/402/Desoneracao-da-folha-nao-alavancou-producao-da-industria