Recentes operações de fusão e aquisição incluem transferência da sede para o Velho Continente

Um número crescente de empresas norte-americanas está determinado a economizar centenas de milhões de dólares em impostos mudando-se para a Europa depois de concluir aquisições de outras companhias baseadas naquele continente.

Algumas das maiores fusões e aquisições em 2013 envolveram os chamados “investimentos em impostos”, em que uma companhia compradora dos Estados Unidos desloca-se para o exterior (para a Europa, em particular), a fim de reduzir seu recolhimento ao Fisco.

Esses negócios ocorrem em um momento no qual os políticos em Washington intensificam discussões para a reforma tributária corporativa, informou o jornal britânico Financial Times em sua edição de 12/8/2013. O Fisco dos EUA impõe uma alíquota máxima de 35% às empresas, oferece uma infinidade de benefícios fiscais, mas está na mira dos parlamentares para ser modificado.

O grupo farmacêutico Perrigo, instalado em Michigan, nos Estados Unidos, comprou a companhia de biotecnologia irlandesa Elan e decidiu transferir sua sede para o país da empresa adquirida, o que o fará pagar 17% em impostos, em vez de 30% nos EUA. O Deutsche Bank estima que o Perrigo consiga economizar 118 milhões de dólares por ano.

Outra operação na área farmacêutica feita pela Actavis, de Nova Jersey, nos EUA — que adquiriu o controle da Warner Chilcott em maio — também resultará em uma mudança para a Irlanda, onde a taxa de imposto da Actavis cairá de 28% nos Estados Unidos para 17% naquele país europeu, com uma poupança de 150 milhões de dólares ao longo dos próximos dois anos.

Da mesma forma, o conglomerado norte-americano de publicidade Omnicom informou que a fusão de 35 bilhões de dólares com a até então rival Publicis, de origem francesa, fará com que a sede do grupo combinado seja na Holanda, a fim de obter-se uma economia de 80 milhões de dólares em um ano.

Enquanto isso, a aquisição da britânica Virgin Media por 23 bilhões de dólares pela Liberty Global vai permitir que o grupo de televisão a cabo dos EUA se mude para o Reino Unido e reduza para 21% a alíquota de seus impostos.

Frank Aquila, do escritório de advocacia Sullivan & Cromwell, disse: “O interesse em operações dessa natureza aumentou significativamente porque as empresas norte-americanas reconhecem ser pouco provável que o Congresso e o presidente Barack Obama mexam tão cedo no sistema tributário”.

Edição: Costábile Nicoletta | Assessoria de Comunicação do IBPT | Fonte: Assessoria de Comunicação do IBPT