Competitividade passa por reforma tributária

Uma boa notícia de Brasília chegou aos calçadistas. O governo federal anunciou aZemanta Related Posts Thumbnail perenização da desoneração da folha de pagamento, medida que existia desde 2011 e venceria no próximo dia 31 de dezembro. O recurso permite a substituição do pagamento de 20% sobre a folha de pagamento por 1% do faturamento na indústria de calçados. O fato de a atividade calçadista ser intensiva em mão de obra – hoje, emprega bem acima de 340 mil pessoas diretamente – torna o benefício fundamental para a manutenção da competitividade em tempos turbulentos para o setor. Com a desoneração anunciada, será garantida uma maior margem para investimentos, condição essencial para a concorrência em mercados cada vez mais sofisticados em termos de produto, mas especialmente mais competitivos no preço.

Competir com o calçado asiático em um País onde a carga tributária representa 35% do Produto Interno Bruto (PIB) é praticamente impossível.

Na China, por exemplo, além de praticamente inexistir uma legislação trabalhista, a carga tributária gira em torno de 23% do PIB, muito abaixo da praticada no Brasil. Soma-se a este fato o alto subsídio do governo chinês para a indústria e temos aí um concorrente gigante, praticamente impossível de vencer, a não ser pela agregação de valor através da inovação e design, o que só é possível através da diminuição do Custo Brasil. O movimento do governo federal é motivo de comemoração, mas deve ter continuidade, através da renovação de mecanismos importantes como o Reintegra, que devolvia 3% do valor total exportado para as empresas. Além do movimento de desoneração, se faz urgente uma reforma tributária que simplifique os processos de tributação, o que representa um grande custo para a indústria nacional. Gastos com processos que poderiam ser simplificados ensejam ações por parte das empresas na manutenção de equipes especializadas ou até para responder por pontos dúbios do sistema.

Fonte: Jornal do Comércio