A Engenharia de Software no SPED

A Engenharia de Software no SPED

Por Rafael de Andrades, Analista de Sistemas da Decision IT

A Engenharia de Software (ES) é a área da computação voltada para a concepção, desenvolvimento e manutenção de softwares sob uma perspectiva de produto. Práticas de Ciência da Computação e de Gerência de Projetos são adotadas pelo fornecedor de sistemas visando à produção de software econômica e qualitativamente sustentável. Entretanto, qual a importância da ES na escolha do fornecedor do seu software de solução fiscal?

O sistema tributário brasileiro é considerado dinâmico e complexo. Nesta situação, a sua solução fiscal deverá atender às rápidas mudanças deste cenário. É neste ponto que a ES e a metodologia de desenvolvimento, utilizados pelo fornecedor do seu software fiscal, definirão o sucesso ou fracasso do seu negócio.

Por exemplo, consoante o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), nos últimos 25 anos houve 15 reformas e foram editadas 309.147 normas tributárias. Isto é, são quase duas normas tributárias por hora. Adicionalmente, neste período, foram criados diversos tributos como PIS, COFINS, CSLL, CPMF, CIDEs, entre outros. Conforme o instituto, as normas tributárias correspondem a um livro de 112 milhões de páginas.

Atender ao complexo e volumoso conjunto de situações que a fiscalização brasileira impõe representa um grande desafio. Todavia, somente isto não é o bastante. O histórico mostra que as leis e normas nascem e mudam constantemente. Você precisará de um sistema dinâmico, flexível e com rápida manutenção evolutiva. Isto é, construído sob um modelo de ES ágil!

Dentro da ES, há várias metodologias e modelos de gerência de produção de software. Abaixo, são apresentados os modelos mais difundidos e utilizados pelas fábricas de software seguidos de uma análise de impacto sobre o projeto SPED:

1.    Modelo em Cascata: Somente inicia-se uma etapa da produção de software quando a etapa anterior estiver executada e perfeita. O software só é entregue quando está completamente concluído.

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Impacto no SPED: O modelo garante coerência com os requisitos do projeto inicial. Contudo, é lento na entrega de novas versões do sistema e não é receptivo a mudanças. O seu fornecedor não liberará versões do software antes da conclusão total do projeto. Isto dificulta o atendimento aos frequentes novos requisitos do SPED. Ainda, é possível sofrer com o “Big Bang do Software”: Esperar muito tempo por um sistema que nunca foi experimentado e, como resultado, obter um software que não funciona.

2.    Modelo em Espiral: Um dos primeiros modelos iterativos de ES. A cada volta na espiral das etapas (iteração), gera-se uma versão do software para homologação. Cada fase do projeto termina com uma revisão por parte do cliente. Neste modelo, retorna-se continuamente às fases anteriores do projeto promovendo constante revisão e aprimoramento do sistema.

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Impacto no SPED: A geração de versões de software a cada iteração, a maior participação do cliente e as constantes revisões visam a prevenir o “Big Bang do Software”. Porém, este modelo fornece melhores resultados quando aplicado a sistemas de larga escala. Por focar-se na parte operacional e acrescentar muitas revisões, torna os ciclos (iterações) demorados demais para atender a requisitos pontuais e com prazo estabelecido como as constantes mudanças tributárias.

3.    Modelo Ágil: A metodologia ágil consiste na aplicação de um conjunto de princípios a um modelo de ES incremental: a cada nova versão do software (incremento), implementa-se novos requisitos e funcionalidades. Alguns desses princípios são:

a.    As iterações são curtas (semanas) e devem sempre entregar uma versão de software funcional;
b.    A entrega de uma versão funcional é o principal parâmetro de evolução do projeto;
c.    Mudanças tardias no escopo do projeto são bem vindas;
d.    Rápida adaptação a mudanças;
e.    Alta colaboração entre cliente e fornecedor;

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Impacto no SPED: A metodologia de ES ideal para o projeto SPED! As iterações são rápidas. Logo, é possível obter-se as versões do software, atualizadas para as novas demandas do SPED, em poucas semanas. A colaboração constante com o cliente permite direcionar o produto e identificar situações não previstas antecipadamente. Destaca-se, também, a receptividade a mudanças e alterações durante o projeto! Em outras palavras, o seu fornecedor estará pronto para receber novos requisitos e solicitações a qualquer momento. Perfeito para a dinâmica do SPED.

Assim, ao buscar uma solução fiscal para o projeto SPED, informe-se com o fornecedor. Busque identificar o modelo de ES utilizado no desenvolvimento da solução. Não deixe o risco do seu negócio nas mãos do fornecedor. Opte por um sistema desenvolvido dentro de metodologias ágeis e obtenha uma solução desenvolvida na era do SPED!

Fonte: Decision IT

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