Ex-ministro do Trabalho diz que reforma criou mais empregos. Será?

O ex-ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira (PTB-RS) publicou em seu perfil no Facebook uma mensagem comemorando os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados quinta-feira passada. O mês de fevereiro fechou com um saldo positivo de 61.188 postos de trabalho com carteira assinada, o melhor resultado do período desde 2014. Para Nogueira, esses números representariam o impacto positivo da Reforma Trabalhista, aprovada em novembro de 2017. Mas será que é isso mesmo?

É verdade que, em fevereiro, o Caged registrou a criação de 61.188 vagas de emprego, e que esse é o melhor resultado desde 2014. Contudo, ainda não é possível afirmar que esses números foram alavancados pelas mudanças na legislação trabalhista.

O saldo de criação de empregos também foi positivo durante os sete meses anteriores à aprovação da reforma. Além disso, as modalidades de trabalho criadas desde as implementação das novas regras de trabalho representaram apenas 8,4% das vagas abertas em fevereiro (5.158).

Segundo o Ministério do Trabalho, no mês passado foram realizadas 2.660 admissões e 569 desligamentos de trabalhadores intermitentes, aqueles que exercem uma função de forma esporádica, em dias alternados ou por algumas horas e recebem salário equivalente ao período trabalhado. Na modalidade de trabalho parcial, foram contratas 6.490 e demitidas 3.423 pessoas, gerando um saldo de 3.067 vagas.

O mês de fevereiro historicamente tem saldo positivo no Caged. Desde 2003, o mês apenas não registrou números favoráveis em 2015 (-2.415 vagas) e 2016 (-104.582 vagas). O mesmo fenômeno ocorre em dezembro, quando muitas pessoas são demitidas: os números são negativos há 14 anos. Logo depois da aprovação da reforma no ano passado, mais 300 mil vagas foram fechadas.

Fonte: O Globo