Mourão defende maior abertura da economia, mas diz que sem reforma tributária haverá ‘massacre’ da produção local

Diante de uma plateia de empresários, o presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, defendeu nesta terça-feira (19) uma maior abertura da economia brasileira para o comércio global, mas de forma gradual e vinculada à aprovação de uma reforma tributária.

À frente da Presidência durante a viagem oficial de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, Mourão ponderou que, neste momento, para o governo e o Congresso Nacional reduzirem proteções à economia nacional, é indispensável fazer uma reforma tributária para dar competitividade às empresas locais.

Segundo ele, uma maior abertura da economia sem uma mudança nas atuais regras tributárias iria gerar um “massacre” da produção nacional. Na visão do presidente em exercício, a intensificação da abertura econômica brasileira tem que ser “lenta, gradual e segura”.

“Temos que abrir a economia para o comércio mundial, mas essa abertura tem que ser lenta, gradual e segura, porque enquanto não reformarmos o sistema tributário, será um massacre para a nossa produção local. Não teremos formas de competir”, ressaltou Mourão aos empresários em almoço organizado em Brasília pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

O presidente em exercício disse ainda que o governo Bolsonaro vai implementar um “fortíssimo” ajuste fiscal com o objetivo de estabilizar a proporção da dívida bruta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a medida do valor dos bens e serviços que o país produz num período, na agropecuária, indústria e serviços.

Mourão destacou que, atualmente, o sistema tributário brasileiro é “caótico”. “É uma carga pesada, está na faixa de 34%, 35% do PIB. Temos que baixar isso para 20%, 22%”, declarou o presidente em exercício, arrancando aplausos dos empresários.

Ele também atraiu a atenção dos líderes empresariais ao defender a privatização de “tudo o que puder ser privatizado” associada a uma reforma do sistema educacional volte a crescer em patamares mais elevados.

O presidente em exercício também ressaltou a necessidade de aprovação da reforma da Previdência, enviada no mês passado ao Congresso Nacional.

Mourão foi indagado por uma parlamentar sobre a previsão do governo para aprovar a reforma previdenciária no Congresso. Ao responder, ele disse que considera o início do segundo semestre “um momento ótimo” para concluir o votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

“Nós julgamos que temos que aprovar tudo, esse é o ótimo. Posso dizer que o ótimo é inimigo do bom. Se aprovarem o bom, também está bom”, declarou Mourão.

Fonte: G1