A proposta do governo para a reforma tributária será apresentada “em breve período”, disse o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, em entrevista à GloboNews, nesta segunda-feira. Ele comentou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, escolheu um novo secretário especial da Receita, José Tostes Neto, e que a equipe tem trabalhado “diuturnamente” na proposta.

As diretrizes básicas são: a simplificação tributária — que, segundo Waldery, pode levar à redução da carga —, a “reformatação” do Imposto de Renda e a revisão das renúncias fiscais, tecnicamente chamadas de “gastos tributários”.

O secretário comentou também que a economia vai reagir positivamente e que a liberação de R$ 12,5 bilhões em recursos do orçamento terá impacto positivo. Ele ressaltou ainda que o governo elevou sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 0,8% para 0,85%.

“O importante é fazer cada ação de maneira transparente e responsável”, disse. A política fiscal, afirmou ele, é a coluna vertebral para que outras políticas possam ser viabilizadas de forma perene. Segundo o secretário, o avanço de reformas como a da Previdência e a tributária permitirá que o PIB brasileiro cresça de forma mais próxima do seu potencial.

Emissões soberanas

Para o secretário, o Brasil está “em situação de emissão soberana, externa”. Ele acrescentou que o cenário é favorável “pela perspectiva que temos em relação ao Brasil”. O secretário respondia a uma pergunta sobre a ameaça feita por um grupo de investidores, de retirar o Brasil de suas carteiras por causa da questão ambiental.

Segundo Waldery, a reação dos investidores é acompanhada com muita atenção. E, da mesma forma como esses fundos adotaram esse posicionamento, outros avaliam um quadro bastante diferente: o de que o Brasil é um “porto seguro” e uma área importante para investimentos.

Os ativos que serão oferecidos ao mercado são atraentes, como os excedentes da cessão onerosa do pré-sal, diz ele. Os preparativos para esse leilão, segundo o secretário, estão em “pleno andamento”.

Fonte: Valor Econômico