Bancos entram na disputa por dinheiro do FGTS

Depois de dois anos seguidos de recessão, a notícia de que 30 milhões de brasileiros poderão sacar o dinheiro depositado nas contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) está mobilizando os principais bancos do País, que vêm adotando estratégias típicas de e-commerce para garantir uma fatia maior do bem-vindo recurso – mais de R$ 40 bilhões – que circulará na economia. A ideia das instituições é convencer o consumidor a poupar ou pagar dívidas, em vez de comprar produtos.

Para dar conta da tarefa, bancos como Santander e Bradesco formaram parcerias com o Google para “perseguir” o consumidor com ofertas de renegociação de débitos e de investimentos e brigar de frente com os anúncios de aparelhos de televisão e máquinas de lavar do varejo. “A gente está começando a funcionar como uma loja online”, define o diretor da plataforma multicanal do Santander, Cassius Schymura. Neste caso, diz o executivo, os bancos têm a vantagem de saber de antemão o histórico financeiro do cliente – se ele está pendurado em dívidas ou se terá condições de fazer um investimento.

A estratégia de conquistar a preferência dos trabalhadores com dinheiro a receber se intensificou desde a semana passada, quando começou o calendário de saques.

O interesse pelo assunto nunca esteve tão forte. Segundo o Google, as buscas com a sigla FGTS foram 17 vezes superiores à média da procura sobre o tema entre os meses de janeiro e novembro de 2016.

“É um momento em que precisamos ser ágeis”, afirma Márcio Parizotto, diretor de marketing do Bradesco. A página explicativa do Bradesco sobre o que fazer com o dinheiro novo já teve cerca de 400 mil acessos. O executivo diz que o banco optou por uma estratégia institucional em um primeiro momento. Depois que o consumidor entra na página, a instituição consegue identificar melhor sua intenção e os anúncios apresentados passam a ser de produtos específicos. “A opção foi ter oferta para todos os bolsos, incluindo para quem quer entrar em um fundo com um valor muito pequeno.”

Fonte: Estadão