Correio Debate: evento discute a carga tributária brasileira
Um dos motivos desse movimento, segundo o ex-secretário da Receita, é a alta carga tributária incidente sobre o tabaco. No Brasil, os impostos representam quase 80% do preço do maço do cigarro, ante 16% no Paraguai, por exemplo.
“O uso do tributo para finalidade não estritamente arrecadatória, com objetivo extrafiscal, em lugar de atingir o objetivo, pode gerar distorções”, diz. Ele explica que o caso do cigarro é um claro exemplo de quando a autoridade impõe uma carga tributária pesada para reduzir o consumo de determinado produto. E o tiro sai pela culatra.
“A tributação severa quer deter o consumo, mas em lugar de atingir esse objetivo, abre espaço para o contrabando entrar. Geralmente, o consumidor não abandona o vício por esse tipo de ação, ele busca outra via. Tributo não se presta a corrigir o vício de ninguém”, ensina o especialista.
“Equilíbrio Tributário, arrecadação e desenvolvimento econômico: perspectiva brasileira e países de fronteira” será o tema a abertura do seminário pelo secretário da Receita, Jorge Rachid.
Em seguida, a professora de Direito Civil e Comercial da Universidade de Brasília, Ana Frasão, desenvolverá o tema: “As limitações do sistema tributário brasileiro ao desenvolvimento do país”. Outro especialista, o consultor econômico Raul Velloso, seguirá com enfoque próximo à fala da professora, discorrendo sobre “O sistema tributário no contexto do desenvolvimento econômico do país.”
Everardo Maciel falará sobre “A extrafiscalidade abusiva”, seguido por Edson Vismona, do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial. O presidente executivo do Etco falará sobre “Os impactos do modelo tributário brasileiro e paraguaio para o desenvolvimento regional”.
André Portugal, gerente sênior de planejamento estratégico da Souza Cruz, dará seguimento ao tema ponderando sobre “Os impactos das assimetrias tributárias na sustentabilidade dos negócios das empresas brasileiras.”
Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União, encerrará os debates.
Fonte: Correio Braziliense