Está no “forno” a documentação do eSocial
Por Mauro Negruni, Diretor de Conhecimento e Tecnologia da Decision IT e Membro do Grupo de empresas participantes dos projetos pilotos do SPED
Enquanto muitas pessoas estão em busca de informações sobre o eSocial, os entes envolvidos na conclusão do MOS, Manual de Orientação do Sistema, trabalham a pleno para entregar à sociedade melhores informações sobre esta “novidade”.
Quando falamos inúmeras vezes aqui no www.mauronegruni.com.br sobre o assunto, tivemos sempre inúmeras críticas sobre a condução do projeto. Na minha visão, são totalmente naturais para quem está relativamente distante do projeto e que não sofre a pressão entre divulgar antecipadamente e retificar inúmeras vezes. Os condutores do projeto têm este desafio.
Como participo do projeto desde há muito, avalio melhor este dilema. Veja-se o caso da antecipação do PVA da ECF (Escrituração Contábil Fiscal) em que inúmeros foram os casos de reclamação sobre o comportamento do PVA. Quase todos fundamentados e corrigidos, mas seria natural que o PVA apresentasse problemas, afinal era uma versão BETA. Reclamar, especialmente no “Fale Conosco”, sobre estas situações não é pertinente, afinal a versão é BETA.
No caso do eSocial é ainda mais complicada a liberação, pois há mais de um ente definindo (e redefinindo) o manual e suas especificações. Outro ingrediente é sua complexidade.
Assim como numa receita de cozinha, quanto mais complexo o prato, mais atenção e dedicação serão necessários. E neste caso não faltam ingredientes “picantes”. Muitos tiveram que ser retirados do cardápio, sob pena de comprometer todo o “menu do eSocial”. Por exemplo, o aviso de férias entre tantos outros.
Bem, neste momento já é possível sentir o “cheiro da cozinha em ação”, mas ainda não é possível degustar o prato principal. Todavia, com mais um pitada de paciência, seremos todos brindados com as orientações que são prometidas com riquezas de detalhes.
Não deverá tardar e estaremos todos saboreando o mesmo prato: eSocial em grande estilo. As reuniões do grupo de empresas piloto foram decisivas, bem como a atuação de muitos segmentos envolvidos no projeto, especialmente a classe contábil, para que chegássemos neste estágio.
Por fim, cabe lembrar que, para aquelas organizações que estão focadas em ter ciência do manual de orientação para tomar ações de “compliance”, o pressuposto é exatamente o o contrário: a cultura e os processos das empresas é que estão com suas “batatas assando”.