Reforma tributária: um dia ela sai?
Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, a carga tributária aumenta brutalmente. Em 1988, ela representava 21,42% do PIB e em 2017 atingiu 33,6%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário. As entidades empresariais, incluída a Faesc, alertam que a carga tributária do País superou a capacidade de pagamento suportada pelo contribuinte.
A sociedade espera do governo a contenção de gastos públicos, a racionalidade tributária e mais investimentos produtivos. Os cidadãos em geral e os empresários, em particular, já estão penalizados com uma elevada e insuportável carga tributária, que inviabiliza e inibe os negócios. Muito maior que a falta de dinheiro é a falta é eficiência. O desafio é melhorar a qualidade da gestão pública. É hora de interromper o vicioso ciclo de elevar a arrecadação com alta de impostos para fazer frente ao constante aumento de despesas públicas. Os serviços públicos estão, via de regra, abaixo das expectativas e necessidades dos brasileiros, que sofrem com as deficiências graves em saúde, segurança e educação, ou com as consequências dos problemas de infraestrutura.
É preciso um choque de gestão para inaugurar uma nova fase: a da eficiência e da responsabilidade na gestão pública. Os empresários e trabalhadores dão – todos os dias – exemplos de como fazer isso. As empresas brasileiras precisam ser eficientes, pois são obrigadas a sobreviver às condições impostas pelo Estado, com juros e carga tributária de primeiro mundo, sem a contrapartida necessária para que quem produza e gera postos de trabalho possa ser competitivo.
Somente com discussão séria e profunda da reforma tributária será possível levar adiante um novo pacto federativo. Precisamos de um Sistema Tributário que promova a justiça fiscal e a justiça social, assegure a redistribuição de renda, estimule a geração de empregos formais, incentive a atividade produtiva, promova o desenvolvimento econômico e distribua com equidade os encargos e os recursos arrecadados nas três esferas do Poder Público (União, Estados e Municípios). Não deixa de ser decepcionante constatar que dificilmente haverá uma reforma tributária porque falta consciência da gravidade dessa questão na sociedade e, também, porque não há vontade política para tal transformação. A sociedade civil terá que se organizar para colocar em marcha esse processo reformista. Não há outro caminho.
Fonte: Avicultura Industrial