Ajuste fiscal é problema do país e não do próximo governo, diz Guardia

Em almoço com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, destacou a importância da continuidade do processo de reformas, com destaque para a previdenciária, para que possa levar adiante a trajetória do crescimento.

Guardia disse que, durante almoço, não foram tratados temas como o reajuste dos ministros do STF ou sobre demandas do Ministério da Fazenda. “Não toquei em nenhum processo, nenhum tema de interesse do ministério, porque não era o momento. Era o momento para falar sobre a economia com os ministros”, disse.

Guardia aproveitou ainda para defender a manutenção do teto de gastos, ao responder sobre o reajuste dos servidores. “Não cabe ao Poder Executivo entrar no mérito da locação do recurso no âmbito do Poder Judiciário”, frisou o ministro, após deixar o STF.

Ele ressaltou que a manutenção do teto deixa claro os limites de cada um dos Poderes e ainda preserva a independência entre eles. “Não tratei da questão do reajuste. Foi uma discussão mais macro sobre a situação econômica do país e a importância das reformas”, contou.

Segundo o ministro, o problema do ajuste fiscal não é do próximo governo, mas, sim, do país, e é um tema que precisa de solução e exige mudanças legislativas e continuidade do processo de reformas.

“É um problema do país. Não é um problema do próximo governo. O país tem um problema fiscal grave que precisa ser resolvido começando pela questão da Previdência. Quando tem problema a coisa mais importante é entender a natureza do problema, não negar que o problema existe, e buscar solução adequada”, disse.

“Nosso problema é fiscal e a questão central é desequilíbrio da Previdência. Esse é o primeiro passo necessário para que a gente tenha possa ter um ajuste consistente das finanças públicas e assegurar a manutenção do crescimento econômico e acelerar o crescimento econômico”, salientou.

Várias vezes, em entrevista aos jornalistas, o ministro agradeceu o convite feito pelo presidente do STF, Dias Toffoli, para falar de economia. Guardia foi questionado sobre se essa conversa não deveria ter ocorrido antes da aprovação do reajuste dos ministros do STF. O ministro da Fazenda voltou a responder, no entanto, que o Poder Judiciário está limitado ao teto e não cabe ao ministério entrar no mérito da distribuição dos recursos.

Fonte: Valor Econômico