
Uma rápida reflexão sobre a evolução do pensamento contábil até a Era SPED
Por Rogério Negruni, diretor Presidente da Decision IT
Parte 1 de 3 – Uma rápida visita a história do pensamento contábil.
Os ensinamentos legados pela História da Civilização nos fazem refletir sobre a possibilidade da existência de um processo de repetição em forma de espiral, interessante no desenvolvimento da ciência. Os níveis de conhecimento científico e os avanços e retrocessos sócios-culturais da civilização, influenciam a concentração de esforço, a natureza criativa do avanço científico e a velocidade do desenvolvimento de um campo da ciência, independente do ramo do conhecimento observado. O desenvolvimento das Escolas e Teorias de Contabilidade, apesar destas serem mais antigas em relação a outras ciências sociais como Economia e Administração, para citar duas, não fez uma trajetória diferente, desde o século XIV. Avançando com a introdução de novas Teorias e Escolas, responde a uma sociedade ocidental que evolui em sua complexidade financeira, e se mantém ávida por novos e sofisticados modelos matemáticos para a exata mensuração da riqueza gerada pelo conjunto de ativos das entidades, que serão distribuídos como retorno aos diversos agentes da sociedade, em especial, no caso do Brasil, ao governo em forma de tributos.
O que me parece diferente e contribui para despertar o interesse de curiosos, como eu, sobre a história do desenvolvimento das Teorias e Escolas de Contabilidade, foram as influências da evolução de outras ciências como a Matemática, o Direito e a Economia, que nos induzem a pensar que os estudiosos e práticos em contabilidade até o século XVIII foram os primeiros administradores financeiros, economistas e advogados de Direito Comercial que o mundo conheceu. Me ocorreu que parte do núcleo do Direito Comercial, Administração e Economia nasceram com a melhor produção científica dos estudiosos de contabilidade nos séculos XV a XVIII. É uma visão surpreendente para muitos, inclusive para aqueles cuja primeira formação é Administrador de Empresas.
Sim, claro, que os práticos e estudiosos em contabilidade buscavam e produziam o que estavam ao seu alcance, até o século XVIII, em termos de ciência, limitados que estavam, quando percebem que registrar, controlar e mensurar a riqueza gerada pelos Ativos era a essência da sua ciência. Só bem mais tarde, quando conhecimentos até então dentro da Teoria da Contabilidade se deslocaram para se consolidar em outros campos de estudo como a Economia, Administração e Direito, a reboque dos impactos sucessivos causados pelo desenvolvimento econômico e social oriundos dos marcos históricos como a Renascença, a Reunificação da Europa em torno de Estados e o surgimento da primeira Revolução Industrial, torna-se mais clara para a nascente sociedade empresarial e para os gestores do Estado, a importância da Ciência Contábil por buscar minimizar os riscos e as incertezas nas avaliações dos seus investimentos, tornando mais amplo o uso das informações contábeis geradas.
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